Miguel Sousa Tavares, jornalista insultar Pinto da Costa
Miguel Sousa Tavares deu a opinião sobre o clássico entre o Benfica e o FC Porto “borrado de medo”

Miguel Sousa Tavares, jornalista e cronista no jornal Record, voltou a dar a sua sempre polémica opinião, desta vez em relação ao clássico que terminou com a vitória do Benfica por 4-1 sobre o FC Porto.
“Ele, Vítor Bruno, diz que, pela primeira vez, sentiu a equipe cansada na segunda parte do desafio da Luz. Insinuava assim que o facto de ter tido um dia de descanso a menos entre os jogos europeus poderia ajudar a compreender o naufrágio desordenado da nau portista naqueles 45 minutos que os benfiquistas baptizaram de “históricos”. Gostaria de concordar com ele, mas, infelizmente, não posso: de há muito que sinto a equipeacansada – em particular, no final dos jogos. Esse déficite de preparação física da equipa, que já aqui tinha assinalado, anda, aliás, a par com outros déficites visíveis para quem conhece aqueles jogadores e aquele clube: um déficite de preparação psíquica para aguentar firme nos momentos decisivos; um déficite de preparação das bolas paradas, que chega a originar cobranças ridículas, como se viu em Roma; um déficite de treino do guarda-redes, que faz de Diogo Costa uma estátua de cera pregada à linha de golo; e, sobretudo, um déficite de motivação colectiva e individual que contraria todo o ADN da equipa. Tudo isto acumulado, e não o cansaço, explica o desastre e a humilhação da Luz, em nada surpreendente para quem tem estado atento à evolução do FC Porto de Vítor Bruno.
segundo por Di María. Creio – mas é apenas um palpite – que João Mário e Zaidu, bem mais experientes, teriam feito melhor.
Mais reflexões: como tirar o melhor partido de Fábio Viera; como servir Samu na zona de finalização; como explicar a Diogo Costa que nas bolas altas na pequena área tem de mandar ele; treinar melhor as saídas de trás com bola para que não sejam apenas momentos inúteis ou de sobressalto; como ter um meio campo rotinado na função principal de abrir espaços na frente, servir o ataque e chegar à zona de remate; como posicionar os melhores rematadores na meia distância e fazer horas extraordinárias com eles até serem capazes de acertar pelo menos 70% dos remates na baliza; como treinar os livres laterais de forma simples e eficaz. E, enfim, eleger um patrão para uma equipa sem rei nem roque: sugiro o Fábio Vieira. Mas insisto num ponto: esta equipa é melhor do que a do ano passado. É verdade que é muito jovem e é pena que tenha sido desconsiderado o contributo que Pepe ainda poderia dar para o seu entrosamento, mas se me parece impossível lutar pelo título, já nada justifica a vergonha que foi perder por 4-1 contra um Benfica que vimos em Munique borrado de medo. Ajudámos a levantá-los das cinzas e a afundarmo-nos nós nelas. Há muito para reflectir e ainda mais para mudar”, escreveu.