Francisco J. Marques Detido

Francisco J. Marques, antigo diretor de comunicação do FC Porto, usou a rede social X para criticar a forma como a direção do clube tem reagido aos casos de arbitragem, apontando também as decisões que, segundo ele, têm prejudicado o FC Porto dentro e fora de campo.

“Todos sabemos que os jogos do Benfica têm de ser escrutinados, mais ainda na época antes das eleições do SLB, mas o FC Porto só reagiu quando a contestação ao treinador começou a alastrar à direção”, começou por afirmar.

Marques não poupou críticas à reação tardia dos dragões após o jogo com o Famalicão, mencionando os erros de arbitragem em favor do Benfica ao longo da época:

“A direção e o presidente do FC Porto descobriram ontem, depois do Famalicão-FC Porto, que o Benfica foi beneficiado em Arouca. Até seria hilariante se não fosse trágico por deixar à vista a falta de preparação para tratar com o mundo real do futebol português.”

O ex-diretor apontou ainda para a falta de resposta a episódios anteriores, como o penalti decisivo em Arouca e outros lances que favoreceram o Benfica:

“Pontinho aqui, pontinho ali, e assim se vai cozinhando a classificação…”, disse, acrescentando que a reação publicada nos canais oficiais do clube foi insuficiente:

“Mais não é do que dar um bocadinho de palha ao animal, sendo que o animal somos todos nós, adeptos que temos de ser calados.”

Francisco J. Marques também comentou a má exibição da equipa contra o Famalicão e os fracos resultados fora de casa:

“Em 11 jogos fora de casa ganhámos quatro, perdemos cinco e empatámos dois, o que é um péssimo desempenho, responsabilidade de quem tomou uma série de decisões que estão a lesar o FC Porto e a hipotecar as possibilidades de sucesso desportivo. Mas isso fica para outro dia.”

A direção e o presidente do FC Porto descobriram ontem, depois do Famalicão-FC Porto, que o Benfica foi beneficiado em Arouca. Até seria hilariante se não fosse trágico por deixar à vista a falta de preparação para tratar com o mundo real do futebol português.

Se o Benfica foi beneficiado em Arouca – e foi, pelo árbitro que o beneficia com frequência – o FC Porto devia ter reagido quando aconteceu. Depois, devia ter manifestado a surpresa e revolta por o árbitro que voltou a errar em favor do Benfica ter sido premiado com a nomeação para o jogo do FC Porto, um dos mais importantes da jornada. E dá-se o caso desse árbitro jamais se ter enganado a favor do FC Porto, sendo sempre nomeado para jogos de dificuldade elevada, fora do Dragão, para se juntar a fome à vontade de comer. Sim, porque por azar dos Távoras, engana-se muitas vezes contra nós, tal como o companheiro em função de VAR.

Mas o FC Porto também devia ter reagido em agosto, quando uma mão bem mais visível do que a de ontem do Pêpe, ou a de Francisco Moura em Moreira de Cónegos que nos atirou para fora da Taça, de Marcos Leonardo, não foi sancionada, o que permitiu que o Benfica empatasse de penálti já nos descontos com o Moreirense. Pontinho aqui, pontinho ali e assim se vai cozinhando a classificação…

Por isso, esta reacçãozinha na crónica do jogo publicada no site e na edição de hoje do Dragões Diário mais não é do que dar um bocadinho de palha ao animal, sendo que o animal somos todos nós, adeptos que temos de ser calados. Todos sabemos que os jogos do Benfica têm de ser escrutinados, mais ainda na época antes das eleições do SLB, mas o FC Porto só reagiu quando a contestação ao treinador começou a alastrar à direção. Ao mesmo tempo que 300 Km a sul se desdobram em elogios a uma exibição que, descontando o contra-ataque invalidado, não criou uma oportunidade de golo.

Em 11 jogos fora de casa ganhámos quatro, perdemos cinco e empatamos dois, o que é um péssimo desempenho, responsabilidade de quem tomou uma série de decisões que estão a lesar o FC Porto e a hipotecar as possibilidades de sucesso desportivo. Mas isso fica para outro dia.